Medo da felicidade (Dia 2)
Dia 2 Ontem, depois do exorcismo, também conhecido por banho para os comuns mortais, tomei um calmante e fui dormir. Remédio santo. Dormi a noite toda. O despertador toca todos os dias às 7 da manhã e todos os dias, dou 20 voltas na cama antes de me levantar. Normalmente, é o Jeff Buckley que me tira da cama e hoje não foi exceção. Ao som da “Morning Theft”, levantei-me, ainda dormente do vinho e do desgosto. Vou ao roupeiro e tenho um vestidinho preto, bem descomprometido, descomplicado e é mesmo este que vou vestir hoje. Não me apetece perder muito tempo com isto. Um rímel e um batom suave. O cabelo vai apanhado. Agarro na mala, nas chaves do carro e nas chaves de casa e vamos embora. No elevador encontro a querida Sra. Petterson, sempre a cheirar intensamente a rosas e sempre sorridente. Levanto os óculos escuros e forço um sorriso, para não parecer mal educada. - Bom dia, minha querida. Como vai? - Estou bem Sra. Petterson e a Sra.? Como está a sua perna? Sente-se melhor