3º Calhau a Contar do Sol

Com este título podia falar de muitas coisas... por exemplo; de homens com “h” pequenininho, de políticos, de pedófilos, da idade da pedra (pré-história), de calceteiros, enfim... uma vasta panóplia de assuntos, que poderiam ter, exactamente, o mesmo triste título.
Podia inclusivé, falar da série com o mesmo nome, da qual destaco o Dick, que sempre foi um dos meus favoritos e muito me fez rir. Não é que os “Dick” me dêem sempre vontade de rir, às vezes é o contrário, mas continuando...
A crítica é ampla e é feita ao 3º Calhau a contar do Sol, ou seja, Mercúrio - Vénus - TERRA. Isso mesmo, ao nosso planetazinho, mirradinho, encolhidinho; de gentinha tristinha com a sua vidinha; do marido que “come” a vizinha e da mulher que “come” o padeiro; da criancinha irritante, do cão que queria ser gente e do gato que queria mesmo ter sete vidas e que essas, não fossem tão aborrecidinhas como a que vive actualmente.
Este é o Mundo em que sobrevivemos... em que lutamos, para termos uma “unha”, daquilo que deveríamos ter. Onde vemos diariamente os cabrões que nos roubam a esperança de alcançar alguma coisa honestamente, roubarem-nos tudo da forma mais desonesta e nós o que fazemos?
Aplaudimos e apoiamos, como fantoches num teatrinho de marionetas, estúpidas e sem expressão, apenas de sorriso amarelo.
O cabrão do traficante de droga, que ganha a vida (e bem) desgraçando o alheio e tornando a vida dos outros, simplesmente miserável.
O cabrão do político corrupto, que enche o bolsinho do casaco “Armani”, com os tostões das contribuições do Zé Povinho ou será num saco AZUL?
O cabrão do Padre, que para além de ser pedófilo ou violador, faz questão de pedir a generosa contribuição dos seus párocos, sempre com o propósito de arranjar o telhado da Igreja, que por ironia, acabou de ser construída há seis meses.
O cabrão do jogador de futebol, que passa a bola para o seu guarda-redes, como se fosse pago (bem pago) para jogar em direcção à própria baliza.
O cabrão do papparazi, que sobe às árvores para apanhar uma top-model em bikini, para mostrar ao Mundo que a senhora tem celulite, como se o comum mortal, não soubesse disso. A celulite é uma madrasta para as mulheres, quer ela se chame Joaquina ou Cindy Crawford e a gravidade, mais tarde ou mais cedo, faz das suas a todos... ao Toni mecânico ou ao George Clooney, à Carla Vanessa ou à Nicole Kidman.
Os cabrões “macho-man” e as cabras “onde-anda-o-teu-neurónio?”, que não matam, mas moem muito.
A merda da hipocrisia em grupo, da futilidade, do desprezo pelo próximo, mesmo quando o próximo nos é realmente próximo. A descrença na humanidade, nos sentimentos, nos sentidos e no sentido que damos às coisas, ou tentamos dar.
Vivemos na lama e tendo em conta, que o planeta tem uma enorme percentagem de água, a dada altura a Terra, passa mesmo a ser LAMA, em que nos vamos enterrando todos os dias.
As miúdas de 13 anos, sonham todas serem daqui a um ano, o “Cabelo Pantène 2007” ou serem seleccionadas no casting para os Morangos com Açúcar Parte 99.66.
Os miúdos, esses mais terra-a-terra, só queriam fazer parte do novo jogo para a PSP (leia-se PlayStation Portable e não, Polícia de Segurança Pública).
Isto é um autêntico freak-show!
Quantas vezes já se deram conta de estarem a olhar para a pessoa que está ao vosso lado e pensarem:
“Que bronco!”, “Já te calavas!”, “Acho que vou inventar uma desculpa para me ir embora, já não aguento mais...” e ali continuam, qual bom masoquista com o seu chicote de auto-penalização, cheia de prazer.
Basicamente, não há respeito...
Não há respeito pela velhinha que passa na passadeira, pela grávida na fila da Segurança Social, pela religião dos outros, pelos sentimentos, pelo aspecto, pela liberdade, pelo trabalho... não há um pingo de respeito!
Passamos a vida a atropelar a vida dos outros, como se esse fosse o nosso passatempo favorito ou se dessa forma, tivéssemos a certeza que não se esqueceriam de nós.
O ser humano tem medo de ser esquecido.
Pisamo-nos e espezinhamo-nos, como se a nossa sobrevivência dependesse disso.
Lançam-se bombas, disparam-se armas e palavras amargas e eu só espero que um dia, tal como o John Lennon, o Mundo seja assim:
“Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today...
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace...
You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world...
You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one”

Comecem a fazer alguma coisa para tornar este Mundo menos egoísta!
Beijos a todos.

Comentários

Anónimo disse…
Mudar o mundo passa, sem dúvida, por cada um de nós...

Um beijo para ti também.

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