Não chega!
Não! O Amor não chega!
O ar não chega. A vida não chega. A morte não chega.
Tudo se complementa, nesta coisinha a que chamamos de Vida...
A vidinha que vamos levando, muitas vezes negando aquilo que nos faz falta.
A mim fazes-me falta TU, mas TU não entendes a falta que me fazes, portanto vou negar a falta que me fazes, na tentativa de nunca mais na minha vidinha sentir esta falta.
Vou de certeza substituir esta falta por outra qualquer, porque é só isso que sabemos fazer... substituir faltas.
Nada nos chega... Queremos sempre mais qualquer coisa, mas por vezes o que nos dão é tão pouco, que nos falta muito, muito mais para saciarmos essa sede de coisas.
Não é egoísmo, ao contrário do que possas pensar. É um outro sentimento que talvez não conheças.
Dói mais e faz falta... como tudo na vidinha.
Vidinha que não chega, para um corpo tão cansado e uma alma que sente falta da alma gémea que achou nesta vidinha que parecia não chegar.
Lenga-lenga que faz falta e que mora na vidinha de todos nós.
Feitos de betão, todos nós.
Concreto, mas pouco concretos, vamos vivendo, mas falta-nos sempre qualquer coisa. Um pouco de coisa nenhuma que vamos pedindo emprestado e assim causamos mais faltas... aos que nos emprestam, na bondade das suas vidinhas, que não lhes chegam, porque falta sempre qualquer coisa. A nós... de betão. Vestidos de concreto e mascarados de incertezas.
Faltas-me TU. Podiam-me faltar 300. Podiam-me faltar outros, mas não! Não! Não e não!
O Amor não chega! Faltas-me TU!
O Amor não chega!...
É demasiado bruto! É demasiado grande e a mim faz-me falta um aconchego... um carinho, de concreto. Um abrigo, para deixar de sentir falta. Para viver a minha vidinha, de concreto. Concretamente vazia. Concretamente pouco concreta. Uma vidinha, portanto.
Fazes-me tanta falta, mas não entendes e nunca vais entender, bem sei, mas nesta minha vidinha, a única coisa de concreto que me faz falta és TU!
Mas...
O Amor não chega!...
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