Traquina e as Gilletttes Assassinas


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Originally uploaded by Moon*.

Hoje vou deixar-vos uma história que o meu amigo Paulo Filipe escreveu para mim:

Traquina nasceu dentro de uma pasta de dentes no seu planeta natal Dentagard. É uma adolescente igual a tantas outras, estuda informática no 26º e ultimo ano e tem bastante aptidão para engenhocas.
Tem uma grande curiosidade e um grande interesse pelo PlanetaTerra, tendo na sua gruta um acesso ilegal a câmaras, canais e rádios da Terra.
Eram dias que passava em frente á televisão, junto do seu Urso Polar observando o comportamento dos Terrestres tentando perceber se pensavam da mesma forma que ela. Via também tantas espécies estranhas, pessoas amarelas, azuis, animais que falam, pessoas com poderes extraordinários. Traquina queria muito visitar o Planeta Terra de forma a conhecer todo este tipo de gente.
O programa preferido de Traquina eram os Simpsons, tinham todos uma forma da falar e o próprio aspecto deles que a faziam rir bastante. Eram eles que ela queria mesmo conhecer, passar um dia com eles, em sua casa, quem sabe até uma semana! Umas férias em grande, sem preocupações e rir até fartar.
Ao fazer zapping, apareceu-lhe um canal em que estava a dar um programa em que furavam as pessoas e penduravam pedaços de metal em qualquer sítio do corpo. Ao princípio Traquina ficou enojada, no entanto ao ver alguns resultados ficou bastante fascinada.
Todos os dias via o tal programa, mas ficava bastante triste pois o local onde gostava mais de ver o piercing era no umbigo, sendo que no seu planeta Dentagard não têm umbigo. Chegou até a ficar deprimida, provocando um Tsunami no rio que passava por baixo da sua gruta.

(8 Meses Depois…)

Traquina acabou o seu curso, foram 26º de pura dedicação, terminando com uma média de 19 Valores, estava tão feliz que só pensava na sua viagem ao planeta terra, agora sim, poderia realizar os seus sonhos. Quando terminam o curso, os finalistas têm a possibilidade de pedir um desejo, sendo que Traquina já tinha o seu definido á bastante tempo.
Era uma noite para celebrar, todos foram á Rave de Finalistas, no entanto ela não conseguiu lá estar muito tempo, era muita ansiedade dentro dela. Mais que nunca, queria ver o seu desejo realizado, no entanto ainda faltavam 3 dias.
Traquina foi para casa. Falou horas a fio com o seu confidente Polar e ainda escreveu 19 páginas no seu Diário acabando por adormecer enquanto expressava a sua euforia.
Chegou o dia, foi lhe dada uma Escova de dentes eléctrica intergalactica onde Traquina poderia viajar por onde quisesse até a Terra. Passou por vários planetas sendo que em Vénus a viagem atribulou-se.
A sua Escova de dentes espacial começou a tremer, sendo que Traquina assustada activou o escudo de segurança.
Foi tarde demais, a nave parecia cair para local incerto, e o sistema eléctrico da mesma não estava a funcionar. Foi um momento arrepiante até que sente um enorme esticão e pelas janelas vê que caiu dentro de uma espuma branca que Traquina não conseguia identificar.
Ao sair da Escova Intergalactica, verifica que esta estava bastante danificada, parecia ter sido partida por alguma coisa. Ouvia também uma música repetitiva que nunca tinha ouvido nem conseguia identificar de onde vinha. Era algo estranho pois não existia nada á sua volta para além de montes de espuma.
Traquina decide explorar para descobrir algo que a possa ajudar a arranjar a nave, assim como descobrir de onde vem a tal música.
Com alguma dificuldade em mover-se pois era mesmo bastante espuma por todo o lado, ouve o som cada vez mais próximo. Enquanto caminha passar por cima de traquina uma Gillette voadora! Traquina ficou assustada, mas não perdeu de vista para onde tal objecto se dirigia.
Seguida da primeira mais 5 passaram e dirigiam-se todas para o mesmo local. Ao longe, Traquina conseguiu avistar uma explosão e logo de seguida as Gillettes voltaram para de onde vieram. Ali estava a resposta para o facto da sua Escova Intergalactica ter sido quase destruída.
Destemida por natureza, traquina pensa para si mesma:
- Tenho de tirar isto a limpo. Estes objectos não podem ficar impunes ao que me fizeram nem ao que continuarão a fazer, por um triz não arruinaram o meu sonho.
Traquina lembrou-se das recomendações que lhe fizeram quando saiu de Dentagard. Dentro da sua nave existia um kit que deveria ser utilizado em caso de perigo. Não era tarde nem cedo para ver o que trazia lá dentro.
Uma pequena caixa vermelha onde lá estavam apenas 3 tubos com as seguintes descrições: Pasta Cola, Pasta Pedra e Pasta Acido.
Chegou agora a altura de sair dali, pensou Traquina, em passos largos por entre a espuma, chegou finalmente ao seu destino. Parecia um castelo com varias entradas, deveria ser dali que saiam e entravam as Gillettes. Sendo que uma delas estava entreaberta e Traquina aproveitou para entrar.
Era tudo tão vazio e escuro, pelo chão só se viam aglomerados de pelos gigantes. Começou novamente a ouvir a tal música, mas agora estava bastante perto da sua origem. Traquina continuou a procurar aproveitando cada pilar para se esconder.
Chegou finalmente a uma grande porta de pedra que não sabia como abri-la. No cimo havia uma fenda, no entanto não tinha como escalar. Até que se lembrou que poderia usar a pasta cola para subir a porta e passar por entre a fenda.
Enquanto subia, Traquina foi vista por uma da Gillettes Assassinas que de imediato voou até ela e a levou para além da porta gigante. Durante o transporte, ainda tentou usar a sua Pasta Acido para neutralizar a Gillente, mas esta percebeu-se e deu um loop fazendo com que Traquina quase caísse e perdeu o seu kit. Era uma enorme sala, onde no meio estava um trono e nele, estava sentada uma Mulher Gigante de cuecas.
A mulher olhou fixamente para Traquina e perguntou:
- Quem és tu? E o que fazes aqui? Dei ordens explicitas às minhas Gillettes para que quem entrasse no meu território não saísse daqui sem vida.
Traquina respondeu de imediato:
- Sobrevivi com muita sorte, tendo as tuas Gillettes deixado a minha Escova de Dentes Espacial bastante danificada. No entanto não era minha intenção invadir o teu planeta. Apenas estava numa viagem a caminho da Terra, até as tuas Gillettes atacarem a minha nave.
Traquina sentiu logo após ter terminado de falar enormes dores de cabeça, sendo que não conseguindo conter-se disse:
- PARA! O que me estás a fazer?
- Estou a confirmar se o que dizes é verdade, e pelo que vi, tens uma enorme vontade de conhecer o Planeta Terra, e de facto não era o teu objectivo invadir o Planeta Vénus.
- Mas as tuas Gillettes estragaram a única forma que tinha de viajar até lá.
- Não te preocupes, irei pedir às nossas Guerreiras Tanga Girls que reparem a tua Escova de Dentes Espacial com pensos Evax. Conseguirás então deixar o nosso planeta e seguires o teu sonho.
Traquina agradeceu, e estava agora bastante feliz por finalmente deixar aquele local que lhe dava arrepios, e poder continuar a sua viagem.
A Mulher Gigante levou pessoalmente Traquina até á sua nave, sendo que esta já se encontrava reparada, ao chegar lá, despediu-se com um grito. Traquina acenou e prosseguiu com a sua viagem.
Já não faltava muito. Ao longe já conseguia ver o Planeta Azul.
Chegou a altura, Traquina lembrou-se que uma das recomendações para quando estivesse quase a chegar á Terra, era ligar o escudo de invisibilidade e aterrar no mar para não ser detectada.
Traquina estava radiante por finalmente ter chegado. De imediato activou o Barco Supersónico com destino a Spriengfield onde viviam os Simpsons.
O seu barco atracou em Lisboa, sendo que, a partir daí, Traquina teria de procurar por si mesma.
Foi a vários centros de informação, agências de viagens, no entanto ninguém a conseguiu ajudar.
Tinha agora de procurar um local para dormir, sendo que escolheu a Estação de Metro do Cais do Sudré.
Nas TV’s de uma montra onde estava a dar o canal FOX, o canal onde via todos os dias na sua gruta acompanhada do Seu Urso Polar, a sua família preferida.
Quando acordou no dia seguinte, Traquina saiu logo para continuar a sua procura, sendo que decidiu perguntar a um jovem rapaz que estava sentado num banco á espera do Metro se conhecia Spriengfield, onde moram os Simpsons.
O jovem começou a rir sem parar e Traquina não percebia porquê.
- Porque te estás a rir?
- Desculpa, mas logo de manhã com uma pergunta dessas não esperes menos.
- Mas o que tem a minha pergunta?
Estas a falar a serio? Questionou o rapaz. – Queres mesmo saber onde fica Spriengfield?
- Sim! Quero conhecer os Simpsons. Respondeu de imediato Traquina
- Os simpsons não existem! São desenhos animados feitos por computador, criados apenas para nos entreter. E Spriengfield foi um nome inventado.
- Queres dizer que é tudo uma ilusão? Tudo o que vi é mentira?
- Sim. Respondeu o jovem rapaz secamente.
Traquina não aguentou, correu para beira-rio e dentro dela explodiu uma tristeza como nunca tinha sentido. Chorou até a noite, sendo que nesse dia registou-se um aumento de 1cm no nível do mar.
Traquina queria voltar para Dentagard, o seu sonho fora completamente destruído e naquele momento só desejava esquecer tudo o que aconteceu e ficar apenas com as memórias do que se divertia ao ver os Simpsons.
Traquina chamou o seu Barco Supersónico, no entanto esqueceu-se de onde tinha estacionado a nave.
- E agora? O que faço? Não tenho dinheiro, não conheço ninguém a não ser aquele rapaz com quem falei de manhã! Preciso de o encontrar, ele é o único que me compreenderá.
Traquina até hoje nunca mais se lembrou de onde deixou a nave, ficando presa na terra. Encontrou o tal rapaz, sendo agora grandes amigos. As suas origens são um segredo para toda a gente.
Tem agora uma vida na Terra, não deixando de ter esperança de um dia voltar para Dentagard.



Obrigado** :)

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