"O Pai Natal não existe!" (Toma lá e embrulha)

Revolta-me a frieza dos dias de hoje.

Os olhares gelados que deitamos ao vizinho do lado, como se o olhar dos outros nos fizesse mal aos ossos.

A ânsia de fazer mal e de machucar, por diversão... só porque sim... só porque posso... sem pensar nas consequências.

O prazer de pisar feridas, a filha da **** da falta de respeito pelo próximo.

Que ganância, que falta de escrúpulos.

É triste, demasiado triste por vezes.

Chego a pensar em mudar-me para outro planeta. Até pode ser habitado por robots intergalácticos, que de certeza que têm mais coração que muitos dos ditos “humanos” que povoam este planeta. Inergumes!

Na altura do Natal, invade-me sempre o espírito Leopoldina e apetece-me de imediato, entrar “no Mundo Encantado, onde há mais princesas, dragões. Heróis de banda desenhada, pulos, saltos e muitos trambolhões...”.

Não gozem, é verdade! Deve ser um Mundo fantástico, excepto a parte dos trambolhões. Até porque essa parte, já faz parte da realidade, o que retira o encanto à “coisa”.

Existem muitas coisas que me abalam nos dias de hoje, apesar de ninguém na realidade se importar com a minha opinião, até porque poucas ou nenhumas vezes sou chamada á palavra para qualquer assunto.

A diferença dos estatutos sociais, o desemprego dos jovens, os precários contratos de trabalho, o buraco na Camada do Ozono, a extinção das espécies, o desaparecimento dos glaciares, a fome, a pobreza extrema, mas uma das coisas que mais me abala, é a ausência de emoções, cada vez mais notória nas pessoas.

Naquelas que passam por nós todos os dias e não nos conhecem, naquelas que sabemos que existem, mas nunca as vimos e principalmente e mais significativo, naquelas com quem partilhamos os nossos dias, em casa, no trabalho, no círculo de amigos e conhecidos. Enfim... Desilusões atrás de desilusões.

Uma espécie de repeat de “O Pai Natal não existe!” e efectivamente, não existe... É um facto, no entanto o Coelhinho da Páscoa, existe e eu sei onde anda.

Creio que esta foi uma revelação que nos marcou a todos na infância, mas até os miúdos de hoje, já nascem a saber que o Pai Natal não existe e fingem que não sabem, só para nos deixarem viver no engano.

Vou continuar a ter emoções, como até aqui e fazer frente a esta “desemoção” que se vive no Presente! Do Futuro, ninguém sabe.

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